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Histórico
Quem foi Silva Melo?
Quarto ocupante da Cadeira 19 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 12 de abril de 1960, na sucessão de Gustavo Barroso e recebido pelo Acadêmico Múcio Leão em 16 de agosto de 1960.
Antônio da Silva Melo, médico, professor e ensaísta, nasceu em Juiz de Fora, MG, em 10 de maio de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 19 de setembro de 1973.
Estudou no Instituto Granbery, tradicional educandário de Juiz de Fora, onde conquistou a medalha de ouro de formatura. Ingressou a seguir na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, cujas aulas freqüentou até o 3º ano, quando se transferiu para Berlim, onde fez o curso médico, formando-se em 1914, após defender tese aprovada com distinção e louvor. Especializou-se em Clínica Médica, publicando diversos trabalhos científicos em revistas alemãs. Em março de 1916, regressou ao Brasil trazendo volumosa biblioteca, instalações de consultório e laboratório, material científico, ainda não publicado, inclusive trabalhos realizados no Instituto de Radum de Berlim, sobre os efeitos biológicos da radioatividade. Partira no navio holandês Tubantia, que foi torpedeado no Mar do Norte em 15 de março de 1916, salvando-se Silva Melo apenas com a roupa do corpo. Voltou então para Berlim, onde não pôde permanecer por estar o Brasil em vésperas de declarar guerra à Alemanha. Nessas condições, foi para a Suíça, onde obteve permissão do governo para trabalhar nos hospitais de Lausanne e Genebra, obtendo depois o posto de médico adjunto do sanatório Valmont.
Retornou ao Brasil em 1918, prestando exames e defendendo tese em Belo Horizonte para revalidação do título. Fez concurso para professor catedrático de Clínica Médica na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, na vaga de Miguel Pereira, sendo aprovado. Realizou cursos gratuitos para médicos e estudantes na Policlínica de Botafogo e na Santa Casa de Misericórdia. Fundou, em 1944, a Revista Brasileira de Medicina, da qual foi diretor científico até 1973. Seus trabalhos sobre os efeitos biológicos da radioatividade tiveram repercussão no mundo científico internacional. Pesquisou e escreveu também sobre nutrição, metabolismo, imunidade e epidemiologia, nefrologia e gastrenterologia, alimentação, psicologia e psicanálise. Dono de vasta cultura humanística, ao abordar diversos da ciência médica, Silva Melo colocou sempre o homem como núcleo de seus interesses.
Texto extraído do site: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=199&sid=214
Ata de eleição da primeira diretoria de nosso DA:
Ex-Membros do DA:
No dia 27 de Novembro de 2014, Matheus Mendes e Gustavo Melillo, membros da Gestão Mais! do Diretório Acadêmico Silva Mello, conversaram com o Dr. Juracy de Azevedo Neves (foto abaixo), empresário e médico formado pela Faculdade de Medicina da UFJF na sua primeira turma, em 1958.
Dr. Juracy foi membro fundador do Diretório Acadêmico desta Faculdade em 1953, ocupando o cargo de 2º secretário.
A realidade da Faculdade de Medicina era muito diferente da atual. Como ainda não havia sido criada a Universidade Federal de Juiz de Fora (que só veio a existir em 1960), a nossa Faculdade era uma instituição privada. As aulas teóricas eram ministradas em um prédio onde hoje está localizado o HU-Santa Catarina, enquanto as aulas práticas aconteciam nas dependências da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora.
No primeiro vestibular foram 78 inscritos para apenas 30 vagas, sendo que, devido ao alto nível das provas, foram aprovados apenas 18 estudantes, que formaram a primeira turma da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora. Desses, havia apenas uma mulher.
Para o Dr. Juracy, apesar de ter sido parte primeira turma da faculdade, ele encontrou uma estrutura muito boa para seus estudos. Professores vinham de outras partes do país para lecionar e havia a melhor infraestrutura disponível para aqueles tempos.
Em Minas Gerais, a única faculdade de Medicina existente além desta estava localizada em Belo Horizonte. Médicos de JF dessa época formavam-se, geralmente, no Rio de Janeiro.
Fato curioso é que ele tornou-se cirurgião sem ter feito residência médica. Naquela época, os alunos tinham tanta experiência prática durante a graduação que se formavam capazes de fazer diversos procedimentos sem necessidade de se especializar. Para ele, o atendimento ao paciente naquela época buscava algo que infelizmente se perdeu na medicina hoje em dia: a visão do indivíduo como um todo, para além da queixa.
Com a criação da UFJF a Faculdade de Medicina passou a ser federal e o campo de prática deixou de ser a Santa Casa. O HU-Santa Catarina foi erguido nas adjacências da Faculdade.
Gustavo Melillo, Dr. Juracy Neves e Matheus Mendes, da esquerda para a direita.